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02-06-2004

Apresentado “Histórias de Artesãos”


Centro Cultural Professor Élio Martins - Silveiro

O Centro Cultural Professor Élio Martins, no Silveiro, serviu de palco, no último sábado à tarde, à apresentação da mais recente obra literária de Armor Pires Mota, chefe de redacção do Jornal da Bairrada e um dos mais prestigiados escritores da região . Um livro editado pela União Desportiva, Cultural e Recreativa do Silveiro e destinado a angariar fundos a favor da colectividade, mas que, ao mesmo tempo, presta uma justa homenagem aos vários artesãos da região que se dedicaram ou ainda vão dedicando a artes e ofícios cada vez mais raros. Um evento que lamentavelmente não contou com a presença dos principais visados – os artesãos – que primaram pela ausência, bem como grande parte da população do Silveiro, ainda arredada das coisas da cultura. Mesmo assim, o lançamento de “Histórias de Artesãos” contou com a presença de inúmeras personalidades (Acílio Gala, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro; escritor António Capão, que apresentou a obra; Comendador Almeida Roque; Vítor Rosa, presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro; Dinis Bartolomeu, presidente da Junta de Freguesia de Oiã, vereadores da autarquia oliveirense, autarcas locais), entre muitos outros convidados, amigos, conhecidos e familiares do escritor. Obra: transmissão dos nossos valores, das nossas raízes, da nossa história Caberia a Paulo Martins, presidente da UDCRS fazer uma breve intervenção que serviu para explicar aos presentes as principais razões que levaram esta colectividade a abraçar este projecto: “para preservação das nossas raízes e dos nossos valores”, sublinharia aquele responsável, para quem, de resto, “editar um livro é sempre um marco importante e um trabalho de inegável conteúdo cultural, que, no futuro servirá para contar a história do nosso povo e perpetuar algumas “artes” que foram modo de vida dos nossos antepassados.” Sobre o autor da obra, Armor Pires Mota, Paulo Martins diria tratar-se de “uma figura marcante da cultura e das letras da nossa região” e que “está a prestar um valioso contributo à freguesia, ao concelho e à região, na defesa da nossa identidade”. Por outro lado, acrescentaria “o magnífico trabalho de pesquisa e de recolha na área do artesanato, iniciativa ímpar no nosso concelho, permite que mostremos aos nossos vindouros algumas formas de vida, todas elas predominantemente rurais, que foram o sustento de inúmeras famílias”, pelo que “ao lermos este livro, vamos constatar e vamo-nos aperceber de toda a vivência de uma fase da nossa história, um pedaço da história de cada um de nós, pois todos temos algum antepassado que viveu destas formas de vida. As esteiras, os cestos, os alcatruzes, as candeias, a roda do amolador, os engenhos, os piões, os podões, as foicinhas, os galrichos, etc. fazem parte da vida de muitos de nós. Mas, para os nossos vindouros essas peças só farão parte do imaginário. Daí que esta obra tem valor redobrado, pois é uma obra para mais do que uma geração. É a transmissão às gerações vindouras dos nossos valores, das nossas raízes, da nossa história.” Paulo Martins terminaria dizendo que “só graças ao empenho, dedicação e plena sabedoria e conhecimento de Armor Pires Mota é possível esta edição”. Um livro editado com o apoio da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro e da Rota da Luz e que já se encontra à venda (10euros), revertendo todas as receitas para a colectividade. Armor Mota: senhor de um estilo peculiar e de uma sensibilidade ímpar Para António Capão, em “Histórias de Artesãos” Armor Pires Mota “continua o desbravar deste Chão de Memórias, usos e costumes, onde os elementos de uma população diligente e perspicaz procuram, desde sempre, encontrar um rumo para a vida que mais lhes agradasse”. Uma obra que, como diria, “o autor introduz o seu belo trabalho, em edição atraente, descobrimos não só os seus intentos, mas também a arquitectura do esquema em que assenta toda a obra – com a intenção de um levantamento a nível dos artesãos e de fixar nomes e ofícios para vindouros e todos aqueles que os não conhecem, acabando eles por desaparecer”. Para o escritor António Capão “o autor teve a ambição de fazer o levantamento e registo, embora procurando ser exaustivos”, concluindo que suportou “voluntárias imprecisões”. Para o apresentador “é natural que uma obra desta se apresente sempre como uma contribuição válida para o estudo do tema que se escolheu, já que se prevê que, no âmbito desta complexidade, muito tenha ficado por dizer, por descobrir, por registar”. Uma obra onde “o autor põe mão da crónica, da reportagem ou da simples nota, em assuntos por ele tratados ao longo do tempo e publicados no Jornal da Bairrada e não só, como grande conhecedor que é das lides jornalísticas”. António Capão realçaria ainda o facto da obra não incluir um índice remissivo e itálicos para palavras não dicionarizadas, contendo, porém, uma bibliografia “que o autor reduz ao mínimo no fim de cada tema.” Sobre Armor Mota, António Capão diria tratar-se de “um senhor e autor de uma bibliografia notável, passando da poesia à reportagem, ao conto, à novela, a obras de carácter social, dando uns toques preciosos na historiografia e na etnologia, o nosso escritor, nascido neste nosso território, através de um estilo peculiar e de uma sensibilidade ímpar, por meio de vários tipos de expressão da mensagem, tem espalhado e continua a espalhar, aos quatro ventos, as riquezas, as belezas e as delicadas flores humanas que brotaram neste canteiro que é o concelho de Oliveira do Bairro”. Mais duas obras na forja Por seu turno, o autor, Armor Pires Mota, emocionado pela presença de tantos amigos recordou que a obra se destina a angariação de fundos para esta “nobre associação”, pois quis, desta forma, ajudar a colectividade. Assim, embora não tenha recebido qualquer remuneração pelo trabalho desenvolvido, pelas pesquisas realizadas, Armor Mota sublinhou tratar-se de “uma obra de fácil leitura e boa para se oferecer, em horas bonitas.” Um trabalho que, como diria “realizado com muita dedicação e carinho e que procura abarcar um século de artes e ofícios.” O autor lamentaria ainda que esses artesãos, que são homenageados na obra e claro está os mais beneficiados, não estivessem presentes no evento, uma vez que “a homenagem era para eles”. Armor Mota agradeceu ainda a várias pessoas que colaboraram com ele nas pesquisas, destacando que para sair estão mais duas obras do género. Na forja e destinadas a acções de angariação de fundos estão mais dois livros que gostaria de ver editados nos dois próximos anos, embora esse desejo dependa, sobretudo da saúde. O primeiro vai dedicar-se a Oiã e os fundos (lucros) vão reverter a favor do restauro dos retábulos da Igreja Matriz de Oiã. O segundo será uma doação à comunidade do Troviscal. Uma forma diria de ajudar as comunidades locais e o concelho. Autor esforça-se por ser cada vez melhor, servindo a sociedade em que está inserido Amigo de longa data do autor, o comendador Almeida Roque esteve também sentado na mesa de honra. Ele que é cidadão honorário do concelho de Oliveira do Bairro, embora de uma forma anónima, “comprou” o seu livro por 500 euros (cem mil escudos), ajudando assim, pessoalmente, mais uma colectividade do concelho que tanto lhe deve. Recordando não gostar de falar em público e de preferir o diálogo ao monólogo, lá foi dizendo que “não se poderia sentir mais feliz por estar sentado ao lado do filho de uma pessoa pela qual muita consideração tive ao longo da vida”. Referia-se em concreto a Paulo Martins, presidente da UDCRS e filho do saudoso Professor Élio Martins. Sobre Armor Mota diria tratar-se de “uma pessoa que conheço há vários anos: um belíssimo chefe de família, jornalista, cronista, poeta e que em cada dia que passa ele se vai esforçando por ser cada vez melhor, servindo a sociedade em que está inserido”. Desafio à escrita Já Acílio Gala, autarca do concelho de Oliveira do Bairro, começou por saudar a iniciativa da edição de mais esta obra. Um trabalho que caracterizou de “alta qualidade” pela homenagem que presta a todos quantos foram verdadeiros artistas ao longo de anos. Um livro que é “uma memória viva dessa homenagem”. Para além de felicitar a iniciativa, o edil oliveirense não deixou de lançar o repto ao autor: “o concelho tem sorte de ter homens como Armor Mota, António Capão e Rosinda Oliveira,” também presentes neste evento. “Escritores de mérito reconhecido” que desafiou a continuarem a escrever, até porque como destacaria “a Câmara não irá fugir à sua responsabilidade de ajudar na edição das suas obras.” Cartão vermelho à população e aos artesãos Por seu turno e a terminar esta sessão solene, Vítor Rosa aproveitou para recordar o amigo e saudoso professor Élio Martins, para ele “o grande mentor e motor desta obra – Centro Cultural – recentemente inaugurado”. Sobre Armor Mota reconheceu tratar-se de “uma pessoa que prestou um grande serviço ao município, pois todos sabemos que o que sai de si (escrita) são coisas muito boas e de grande mérito”. De igual forma lamentou que a sala não estivesse lotada e que os visados na obra (artesãos) tenham primado pela ausência, quando o livro fala deles, das suas artes, prestando-lhes, por isso, uma justa homenagem. O mesmo diria em relação às gentes do concelho, sobretudo à população do Silveiro que deveria ter estado em maior número. Catarina Cerca

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